Ei! Marionetas - Encontro Internacional de Marionetas de Gondomar

Ei! MARIONETAS 2015

Teatro D. Roberto

6 JUNHO 10h30

Apresentação

Um pouco por todo o mundo José Gil é conhecido como bonecreiro de Robertos, os fantoches tradicionais portugueses. Graças a ele o Teatro D. Roberto tornou-se uma figura internacional presente em grandes Festivais um pouco por todo o mundo. O seu último prémio foi o “Best Traditional Show” no Harmony World Puppet Carnival - Bangkok - Tailândia 2014.

É com o Teatro Dom Roberto que a companhia S.A. Marionetas está presente.

Sinopse

O Teatro de Robertos representa, seguramente, uma das tradições mais antigas das artes cénicas, não só na sua vertente portuguesa e europeia, mas também nos heróis populares do oriente. De facto, a origem desta forma de arte popular de representação remonta, na tradição europeia à Commedia dell'Arte italiana do século XVI e não parece ser improvável que as tradições orientais tenham tido, de alguma forma, influência na evolução deste tipo tradicional de representação.

É durante o século seguinte que a deambulação de artistas, principalmente franceses e italianos, proporciona uma miscigenação neste tipo de teatro, estando a sua evolução intimamente relacionada com as especificidades culturais de cada país. Em todo o caso, traços constantes atravessam todas as tradições europeias de heróis populares: o carácter subversivo/burlesco dos textos e representações, a utilização de palhetas que emitem sons estridentes (simultaneamente ideais para captar a atenção do público bem como para realçar a sincronização gesto/som, tão importante na criação de uma aparência de “vida” nos pequenos bonecos de luva) e, por fim, a invencibilidade dos heróis, capazes até de vencer o pior dos inimigos - a morte. Contudo, interessa realçar a peculiaridade da ramificação portuguesa, visto todas as personagens envolvidas possuírem “voz de palheta”.

Em Portugal, o herói popular chega aos nossos dias com o nome de D. Roberto, apesar de, no século XVIII, várias serem as designações para este teatro de fantoches de luva. A prevalência deste nome está, por ventura, ligado a uma comédia de cordel com grande repercussão, intitulada “Roberto do Diabo” ou a um conhecido empresário de teatro de fantoches, Roberto Xavier de Matos.

No entanto, apesar do teatro de Robertos ter conhecido um assinalável êxito até, sensivelmente, à década de sessenta do século XX, não só através dos pavilhões que incorporavam as feiras e romarias como também nas praias e cidades, sobrevive, hoje em dia, graças aos testemunhos que chegaram até nós de uma forma fragmentária e até mesmo controversa, deixados pelos mestres bonecreiros Domingos Bastos Moura e António Dias e pelo proprietário de um dos famosos pavilhões (Pavilhão Mexicano), Manuel Rosado. A S.A. Marionetas, tendo tido o privilégio do contacto direto com o Mestre António Dias, um dos últimos fantocheiros populares portugueses, recriou, a partir do seu testemunho, duas peças - “O Barbeiro” e “A Tourada”. Mais recentemente, e procurando preservar esta forma de arte tradicional, a companhia recuperou mais duas peças do repertório de Teatro de Robertos - “A Rosa e os 3 Namorados” e “O Castelo dos Fantasmas”.

Pretende-se assim, não deixar desaparecer o teatro de Robertos, enquanto herança cultural portuguesa.

A Companhia

S.A. Marionetas – Teatro & Bonecos, é uma estrutura profissional de criação em teatro de marionetas composta por autores, construtores e marionetistas que produzem originais e em português, com o objetivo de promover e divulgar o Teatro de Marionetas. Nessa perspetiva, o seu trabalho passa pela investigação e a procura de novas soluções estéticas, bem como a preservação da tradição popular portuguesa através da pesquisa e continuidade na realização do Teatro D. Roberto. Em ambos os casos, privilegia-se a itinerância dos espetáculos como melhor forma de divulgar a arte da marioneta.

Ainda no cumprimento destes objetivos, a companhia organiza, desde 1998, o Festival Nacional de Teatro de Marionetas “Marionetas na Cidade” em Alcobaça, onde está sedeada.

Ficha Artística